Dia
nacional da matemática
LEI Nº 12.835, DE 26 DE JUNHO DE 2013
Não sei como o Julinho vai se sair no exame: escreve mal e é uma negação em Matemática. O irmão mais velho, João, manifestava preocupação em carta ao pai. Júlio tinha 10 anos e tentava ingressar no Colégio Militar, em 1906. Conseguiu. Três anos depois, transferiu-se para o Colégio Pedro 2º. Mas, como o irmão temia, não era exatamente o melhor aluno de Matemática. Em uma prova de Álgebra, tirou dois; em outra, de Aritmética, cinco.
Filho de professores, Júlio César de Mello e Souza nasceu no Rio a 6 de maio de 1895, mas passou a maior parte da infância em Queluz, interior paulista. Esperto, encontrou uma forma de complementar a mesada que recebia do pai: venda de redações na escola. Em uma delas, o tema proposto pelo professor era esperança. “Na nossa turma havia uns sete ou oito que eram marginais da cola, vadios da pior marca. Pela manhã, depois do café, vendi quatro Esperanças a 400 réis cada uma! Como mercador de esperanças o meu êxito, naquele dia, foi espantoso”, escreveu.
Os textos eram traduzidos por Breno de Alencar Bianco, outra invenção de Júlio. As histórias do misterioso árabe, com instigantes desafios matemáticos, começaram a ser publicadas no jornal A Noite a partir de 1925. A identidade verdadeira só foi revelada em 1933.
Júlio – que nunca esteve no Oriente – chegou a incorporar o personagem publicamente, trajando vestes árabes típicas. Acrescentou o nome Malba Tahan à carteira de identidade, com autorização do então presidente Getúlio Vargas. Publicou 69 livros de contos e 51 de Matemática. O mais famoso deles, O Homem que Calculava (1932), protagonizado pelo calculista Beremiz Samir, vendeu cerca de dois milhões de exemplares no Brasil e já foi traduzido para mais de 12 idiomas.
Solidário com as vítimas da hanseníase, Júlio fundou e editou por 10 anos a Damião, revista sobre a doença. Apresentou programas de rádio e tevê, além de ter suas obras adaptadas para o teatro.
Estava em Recife para uma das mais de duas mil palestras que deu quando teve um ataque cardíaco e morreu, em 18 de junho de 1974. Hoje dá nome a escolas, bibliotecas e instituições Brasil afora.
Seu aniversário, 6 de maio, virou Dia Nacional da Matemática. Citando Silêncio de um Minuto, de Noel Rosa, deixou instruções para que, em seu enterro, ninguém entrasse em luto: Roupa preta é vaidade / para quem se veste a rigor / O meu luto é saudade / e a saudade não tem cor.
LEI Nº 12.835, DE 26 DE JUNHO DE 2013
Institui o Dia Nacional da Matemática.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Fica instituído o Dia Nacional da Matemática, a
ser comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 6 de maio, data
de nascimento do matemático, educador e escritor MALBA TAHAN.
Art. 2º O Poder Executivo incentivará a promoção de
atividades educativas e culturais alusivas à referida data.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 26 de junho de 2013; 192º da Independência e
125º da República.
DILMA ROUSSEFF
Aloizio Mercadante
Aloizio Mercadante
No dia 06 de maio de
1895 nasceu Júlio César de Melo e Souza, mais conhecido como Malba Tahan. Escritor e
professor de Matemática, ele é autor de inúmeras obras literárias, dentre
elas O Homem que Calculava, que relata as enigmáticas histórias de um calculista
repleto de estratégias matemáticas na resolução de problemas cotidianos.
Em referência a Júlio
Cesar de Melo e Souza, o Dia Nacional da Matemática é comemorado em 6 de maio, de acordo com uma lei aprovada pelo Congresso Nacional
no ano de 2004, no intuito de divulgar a ciência como uma importante ferramenta
de trabalho humano.
Nesse dia, os
matemáticos ligados à área da educação devem promover dinâmicas, com o objetivo
de divulgação da data comemorativa, bem como demonstrar que a Matemática é
definitivamente importante na evolução da sociedade, visto que seu próprio
crescimento ocorreu de acordo com o processo de modernização regido pelas ações
humanas ao longo do tempo.
Esse trabalho de
divulgação também tem o propósito de mostrar às pessoas que a Matemática não é
tão complicada como muitos pensam. Suas aplicações facilitam o entendimento em
processos de contagem relacionados a cálculos diários e cotidianos. As instituições
escolares possuem papel decisivo nessa divulgação, que pode ocorrer através de
palestras, oficinas, feiras, mostras de trabalhos confeccionados pelos alunos,
abordando as inúmeras utilizações da Matemática.
O escritor Malba Tahan, heterônimo de
Júlio César de Mello e Souza, nasceu em 6 de maio de 1895, na cidade do Rio de
Janeiro. Formou-se em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia, mas
que nunca exerceu essa profissão. Sua grande paixão era lecionar matemática no
Colégio Pedro II, onde criou uma nova metodologia para tornar a matéria mais
interessante e de fácil assimilação pelos alunos.
Entretanto não foram essas atividades e nem mesmo o seu real nome que
notabilizou Julio César de Mello e Souza. Apesar de não ser árabe e de nunca
ter ido ao oriente médio, dedicou-se a estudar a língua, filosofia e cultura
dessa sociedade. Assim surgiu seu mais famoso pseudônimo: Ali Iezid Izz-Eduim Ibn Salim Hank Malba Tahan, ou simplesmente Malba Tahan.
Morreu no dia 18 de
junho de 1974, vítima de um ataque cardíaco.
Livro “o homem que Calculava”
Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan, segundo pequena
biografia escrita por Júlio César de Mello e Souza, nasceu em 6 de maio de 1885
na aldeia de Muzalit. Ainda muito jovem
foi nomeado prefeito de El Medina. Seguiu seus estudos por Istambul e Cairo até
receber uma herança de seu pai e resolver viajar pelo mundo. Este morreu em
1921, em uma batalha pela liberdade de uma minoria da região da Arábia Central.
Ele criou o
personagem Malba Tahan por acreditar que um
escritor brasileiro não chamaria atenção escrevendo contos árabes. Para dar
mais verossimilhança à história criou também um tradutor para os livros, o
Professor Breno Alencar Bianco.
Júlio César de Mello e Souza, com o nome de Malba Tahan, escreveu mais de 55 livros, entre eles "O homem que calculava", "Maktu" e "Lendas do oási".
"O homem que calculava" é o seu livro mais conhecido. No estilo de "As mil e uma noites", Malba Tahan conta a história do calculista persa Beremiz Samir que em viagem até Bagdá mostra suas incríveis habilidades em solucionar problemas matemáticos.
Júlio César de Mello e Souza, com o nome de Malba Tahan, escreveu mais de 55 livros, entre eles "O homem que calculava", "Maktu" e "Lendas do oási".
"O homem que calculava" é o seu livro mais conhecido. No estilo de "As mil e uma noites", Malba Tahan conta a história do calculista persa Beremiz Samir que em viagem até Bagdá mostra suas incríveis habilidades em solucionar problemas matemáticos.
A
VIDA DE MALBA TAHAN
Desde a infância, ele condenou os
métodos de ensino ultrapassados a que são submetidos nossos alunos. Criou o
personagem Malba Tahan,
que fez gerações mergulharem em desafios matemáticos e na cultura árabe. Vendeu
milhões de livros, traduzidos nos quatro cantos do mundo. Gênio da educação,
mostrou que a Matemática pode – e deve – ser divertida.
Não sei como o Julinho vai se sair no exame: escreve mal e é uma negação em Matemática. O irmão mais velho, João, manifestava preocupação em carta ao pai. Júlio tinha 10 anos e tentava ingressar no Colégio Militar, em 1906. Conseguiu. Três anos depois, transferiu-se para o Colégio Pedro 2º. Mas, como o irmão temia, não era exatamente o melhor aluno de Matemática. Em uma prova de Álgebra, tirou dois; em outra, de Aritmética, cinco.
Filho de professores, Júlio César de Mello e Souza nasceu no Rio a 6 de maio de 1895, mas passou a maior parte da infância em Queluz, interior paulista. Esperto, encontrou uma forma de complementar a mesada que recebia do pai: venda de redações na escola. Em uma delas, o tema proposto pelo professor era esperança. “Na nossa turma havia uns sete ou oito que eram marginais da cola, vadios da pior marca. Pela manhã, depois do café, vendi quatro Esperanças a 400 réis cada uma! Como mercador de esperanças o meu êxito, naquele dia, foi espantoso”, escreveu.
Já na infância se opunha aos métodos de ensino de
Matemática que propunham exercícios como este: “Dona Rosinha comprou 5
milésimos de tonelada de manteiga a 6 cruzeiros cada hectograma. Quanto
gastou?”. “Só um paranóico pediria manteiga assim”, ironizou, já adulto.
Erre
Não, Júlio não escrevia mal, muito menos era uma negação em Matemática. Assim como seus oito irmãos, seguiu a carreira dos pais. Formou-se no curso de professor primário na Escola Normal do antigo Distrito Federal e em Engenharia Civil pela Escola Politécnica, em 1913. Seu primeiro emprego foi de servente e auxiliar na Biblioteca Nacional.
Aos 17 anos, começou a dar aulas no externato do Colégio Pedro 2º. Ainda adolescente, criou a revista Erre, em que defendia o erro como forma de aprendizado, antecipando conceitos pedagógicos modernos. Formado em arte dramática, dava aulas performáticas. “O professor de Matemática em geral é um sádico. Ele sente prazer em complicar tudo”, atacou.
Antes de partir definitivamente para a Matemática, ensinou Física, Geografia e História. Foi um dos primeiros a adotar a interdisciplinaridade, promover atividades lúdicas e defender o uso de máquinas calculadoras em sala de aula. Nunca dava nota zero. “Por que dar zeros se há tantos números? Dar zero é uma tolice.”
Em 1919, tentou publicar seus contos sobre Matemática no jornal O Imparcial. Entregou cinco, que foram solenemente ignorados pelo editor. Tomou-os de volta e os reenviou, desta vez assinados por R. S. Slade, suposto escritor que era sensação em Nova York. No dia seguinte, o primeiro texto, A Vingança do Judeu, foi para a primeira página do jornal, assim como os outros quatro, nas edições seguintes.
Não, Júlio não escrevia mal, muito menos era uma negação em Matemática. Assim como seus oito irmãos, seguiu a carreira dos pais. Formou-se no curso de professor primário na Escola Normal do antigo Distrito Federal e em Engenharia Civil pela Escola Politécnica, em 1913. Seu primeiro emprego foi de servente e auxiliar na Biblioteca Nacional.
Aos 17 anos, começou a dar aulas no externato do Colégio Pedro 2º. Ainda adolescente, criou a revista Erre, em que defendia o erro como forma de aprendizado, antecipando conceitos pedagógicos modernos. Formado em arte dramática, dava aulas performáticas. “O professor de Matemática em geral é um sádico. Ele sente prazer em complicar tudo”, atacou.
Antes de partir definitivamente para a Matemática, ensinou Física, Geografia e História. Foi um dos primeiros a adotar a interdisciplinaridade, promover atividades lúdicas e defender o uso de máquinas calculadoras em sala de aula. Nunca dava nota zero. “Por que dar zeros se há tantos números? Dar zero é uma tolice.”
Em 1919, tentou publicar seus contos sobre Matemática no jornal O Imparcial. Entregou cinco, que foram solenemente ignorados pelo editor. Tomou-os de volta e os reenviou, desta vez assinados por R. S. Slade, suposto escritor que era sensação em Nova York. No dia seguinte, o primeiro texto, A Vingança do Judeu, foi para a primeira página do jornal, assim como os outros quatro, nas edições seguintes.
O calculista das Arábias
Júlio estudava desde 1918 a cultura árabe; leu o Alcorão e o Talmude. Com a
experiência bem-sucedida do primeiro pseudônimo, criou um segundo. Surgia Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan, viajante nascido em
1895 na aldeia de Musalith, Pérsia. Teria
morrido em 1921, lutando pela liberdade de um povoado da Arábia
Central.
Os textos eram traduzidos por Breno de Alencar Bianco, outra invenção de Júlio. As histórias do misterioso árabe, com instigantes desafios matemáticos, começaram a ser publicadas no jornal A Noite a partir de 1925. A identidade verdadeira só foi revelada em 1933.
Júlio – que nunca esteve no Oriente – chegou a incorporar o personagem publicamente, trajando vestes árabes típicas. Acrescentou o nome Malba Tahan à carteira de identidade, com autorização do então presidente Getúlio Vargas. Publicou 69 livros de contos e 51 de Matemática. O mais famoso deles, O Homem que Calculava (1932), protagonizado pelo calculista Beremiz Samir, vendeu cerca de dois milhões de exemplares no Brasil e já foi traduzido para mais de 12 idiomas.
Solidário com as vítimas da hanseníase, Júlio fundou e editou por 10 anos a Damião, revista sobre a doença. Apresentou programas de rádio e tevê, além de ter suas obras adaptadas para o teatro.
Estava em Recife para uma das mais de duas mil palestras que deu quando teve um ataque cardíaco e morreu, em 18 de junho de 1974. Hoje dá nome a escolas, bibliotecas e instituições Brasil afora.
Seu aniversário, 6 de maio, virou Dia Nacional da Matemática. Citando Silêncio de um Minuto, de Noel Rosa, deixou instruções para que, em seu enterro, ninguém entrasse em luto: Roupa preta é vaidade / para quem se veste a rigor / O meu luto é saudade / e a saudade não tem cor.
O caso dos camelos
Beremiz, o homem que calculava, estava viajando pelo deserto de
carona no camelo de seu amigo. A certa altura, encontraram três irmãos
discutindo acaloradamente. Eles não conseguiam chegar a um acordo sobre a
divisão de 35 camelos que o pai lhes havia deixado de herança. Segundo o
testamento, o filho mais velho deveria receber a metade, ao irmão do meio
caberia um terço e o caçula ficaria com a nona parte dos animais. Eles, porém,
não sabiam como dividir dessa forma os 35 camelos. A cada nova proposta
seguia-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Em
qualquer divisão que se tentasse, surgiam protestos, pois, a terça parte e a
nona parte de 35 também não são exatas, e a partilha era paralisada. Como
resolver o problema?
RESOLUÇÃO
DO CASO DOS CAMELOS
"É
muito simples", atalhou Beremiz, que dominava muito bem os números. Pedindo emprestado
o camelo do amigo, propôs uma divisão dos agora 36 camelos. Sendo assim, o mais
velho, que deveria receber 17 e meio, ficou muito satisfeito ao sair da disputa
com 18. O filho do meio, que teria direito a pouco mais de 11 camelos, ganhou
12. Por fim, o mais moço em vez de herdar 3 camelos e pouco, ganhou 4. Todos
ficaram muito felizes com a divisão. Como a soma 18 + 12 + 4 dá 34, Beremiz e o amigo ficam com
dois camelos. Devolvendo o camelo de seu amigo, o homem que calculava ficou com
aquele que sobrou.
Pergunta-se: Como Beremiz resolveu o problema dos irmãos e ainda saiu ganhando um camelo?
Pergunta-se: Como Beremiz resolveu o problema dos irmãos e ainda saiu ganhando um camelo?
Os vídeos abaixo são relacionados a importância da Matemática na vida do ser Humano.
A importância da Matemática
Arte e Matemática
A importância da Matemática
Arte e Matemática
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